Em meados de 2008, os Estados Unidos passaram por uma grave crise econômica, com recessão do capital e falência de indústrias e empresas consagradas. A medida econômica tomada pelo governo para barrar a crise, foi de concentrar investimentos em Infraestrutura Territorial no país. Foram investidos bilhões de dólares em novas estradas, pontes, aproveitamento energético por meio de hidrelétricas, expansão de portos e ferrovias. O país acabou se conectando por diversas formas, proporcionando dinamismo à circulação de produtos e levando à modernização e inovação dos processos de importação e exportação. Com isso, o país retomou o crescimento de maneira sólida e segura, confirmando estatisticamente seu crescimento anual.
No Brasil, alguns anos antes, as medidas econômicas praticadas no governo do ex Presidente Fernando Henrique Cardoso foram capazes de estabilizar a economia, totalmente imprevisível, reflexo ainda da ditadura política. Quando o ex Presidente Lula assumiu a presidência do país, os investimentos no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento proporcionaram o avanço da infraestrutura e o consequente fortalecimento da economia. Em 2008 e 2010 o País ficou entre os cinco países que mais cresceram no mundo.
Em agosto de 2012, o governo federal começou a repassar concessões para incentivar os investimentos em infraestrutura no país, no âmbito do Programa de Investimento em Logística. Foram previstos R$133 bilhões em reformas e construções de rodovias federais e ferrovias, em 25 anos, devendo ser, metade desse montante, investido nos próximos cinco anos.
Os planos do governo foram interrompidos por um momento de grave crise política e investigações judiciais dos chefes executivos por diversos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, dentre outros. As maiores empreiteiras do país estão sendo investigadas e seus contratos paralisados. Os recursos não foram investidos e o país parou de crescer. Os produtos e serviços estão mais atraentes em outros países, e acabam conseguindo mais investimentos. Ao mesmo tempo, o processo inverso é perceptível, à medida que várias empresas estão se desligando do Brasil.
Lá em 2008, quando os Estados Unidos decidiram investir em infraestrutura, os países do BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul) estavam despontando economicamente no cenário mundial. Todavia, já era de conhecimento que os norte americanos voltariam a reinar nesse cenário. Era questão de tempo. Agora, em 2016, o que vemos é uma moeda americana forte e cada vez mais sólida. Ao contrário do Brasil e da Rússia, a China, Índia e África do Sul conseguiram, ao menos, manter sua economia, ainda que com redução das taxas de crescimento do PIB.
Para o Brasil, atualmente mergulhado em uma profunda crise política, a economia caminha a passos curtos e lentos. A infraestrutura atual não permite dinamismo econômico. As rodovias federais estão no máximo de sua capacidade de nível de serviço. Poucos foram os investimentos em ferrovias. A expansão dos portos ainda não permitiu rapidez no escoamento de cargas. Como os processos ainda são burocráticos e precários, nossas cargas ficam dias à espera da exportação.
Sem definição do nosso futuro político, o avanço econômico, extremamente necessário, está no desafio da infraestrutura. O país deve economizar a experiência americana de 2008, caso contrário, toda e qualquer medida será superficial e frágil. A única opção que nos resta, é de a infraestrutura transpor seus desafios.